terça-feira, 3 de setembro de 2013

Seis escadas de design arrojado e variados materiais

Relíquia atualizada. Único elemento preservado do projeto original da edificação erguida em 1914 no Jardim Paulistano, na capital paulista, a escada revestida de travertino merecia ser valorizada, mas precisava de uma atualização. a solução do arquiteto Gustavo Horta foi retirar o revestimento antigo e propor uma nova cobertura ao conjunto. Sobre a estrutura de alvenaria e concreto, Gustavo aplicou um tipo de resina plástica fácil de limpar e de efeito lúdico, o Resinfloor, na cor vermelha. “a escada se tornou assim uma fita vermelha solta no espaço”, descreve ele.



Livre, leve e nada solta. Esta escada de três lances parece um brinquedo de montar em tamanho real, equilibrado na própria leveza. Sustentada pelos sucessivos degraus em balanço, ela é travada no térreo e nas lajes dos dois pavimentos que alcança. “A fixação na parede somente foi utilizada para reduzir as vibrações características desse tipo de estrutura”, explica o arquiteto Leo Tomchinsky, autor deste edifício que integra escritório e morada em São Paulo. Feita de tauari, teve todas as peças desenhadas e executadas uma a uma na marcenaria e montada na casa depois do fim da obra. “Escolhemos essa madeira por ser resistente, leve e clara”, completa. Uma grande janela, no alto da parede, a mantém iluminada durante o dia.




Brilho preservado. Uma das razões da reforma desta casa paulistana, originalmente térrea, foi a necessidade de um novo andar. A escada, portanto, tornou-se uma das estrelas do processo. “A ideia original era fazê-la de concreto aparente”, conta Marina Adell, arquiteta e moradora. “Mas, por causa de um problema com a secagem, a superfície se tornou irregular e o resultado ficou insatisfatório. então, revesti a estrutura de Tecnocimento (Ns Brazil) e os degraus de cumaru, o que deu uma aparência
bem leve e agradável a este espaço de passagem”, diz ela. Para prevenir riscos na madeira, Marina aplicou nas tábuas resina Bona Traffic, linha especial para áreas de trânsito constante, resistente a riscos, com semibrilho. “Acho que a fosca não daria uma aparência tão bonita”, avalia.





Fluidez visual. O arquiteto felipe aceto, de São Paulo, se inspirou na loja da apple de Nova York para projetar esta escada feita exclusivamente de vidro e aço inoxidável. “O grande desafio foi a instalação das peças metálicas dentro das lâminas”, descreve. Para que o material resistisse aos pinos internos, ele foi laminado com sentryGlas, produto da DuPont que promete tornar o vidro 100 vezes mais resistente que as camadas de reforço internas convencionais, sem alterar a transparência (grande preocupação deste projeto, realizado com vidro laminado de 3 cm de espessura da Fanavid). Para garantir a precisão do corte e da instalação metálica, as lâminas foram produzidas pela linha de blindados da empresa, que trabalha com projetos mais delicados que os de construção civil.



Traços distintos. Ao alugar o andar duplo deste edifício comercial projetado pelo mestre Paulo Mendes da rocha nos anos 80, os sócios de um escritório de advocacia encontraram o imóvel reformado. “A proposta original de amplitude e fluidez estava bem escondida”, conta o arquiteto Renan Correa Arruda, um dos profissionais do Piratininga, escritório paulistano chamado para reconfigurar o espaço, que tinha o vão da escada fechado por tapumes. A estrutura de chapa metálica dobrada tem o travamento feito pelo perfil tubular maciço que envolve a cascata. O perfil é soldado nas arestas que se formam entre as pisadas e os espelhos. Conectada à estante de livros, ela foi pintada com esmalte branco. “Queríamos recuperar os traços de Paulo Mendes, mas deixar bem diferenciada a identidade dos nossos”, diz o arquiteto



Volume silencioso. Para promover continuidade visual aos ambientes internos, o arquiteto mineiro Gustavo Penna e sua equipe optaram por revestir a escada social de cumaru, mesmo material usado no corredor de entrada desta casa em São Paulo. A estrutura de concreto recebeu tábuas da madeira de 1,15 m de largura (no detalhe, o desenho delicado da instalação, que tira partido dos veios naturais da madeira). “Nas laterais colocamos painéis acústicos do mesmo material que reveste toda a sala, diminuindo a reverberação do som, graças ao recheio de lã de vidro instalado na marcenaria”, descreve a arquiteta Priscila Dias de Araújo, que participou do projeto de construção da morada. Além de ajudar na preservação do silêncio, a escada não interfere no ambiente clean com seu discretíssimo guarda-corpo de aço inox escovado.

Fonte: casa.abril

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