domingo, 22 de setembro de 2013

Casa sem paredes no Muro de Berlim

Um local de muita história e tentativas de recomeçar

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)
Enquanto muitas pessoas se esforçam para apagar momentos difíceis de suas memórias, outras dedicam-se a homenagear um passado (até certo ponto) traumático. É o caso da arquiteta Helle Schröder, que optou por construir sua casa dos sonhos em uma área adjacente ao antigo Muro de Berlim. O espaço escolhido era parte de um trecho usado por muitos como rota de fuga entre os territórios Oriental e Ocidental durante os anos da Guerra Fria. Apesar de o local ter se tornado um parque, há por ali lembretes da história: partes do famoso muro ainda se encontram de pé, além de sobrarem fundações de casas abandonadas na zona entre os dois lados da cidade.
Helle, junto com os dois outros sócios de seu escritório de arquitetura, o XTH Berlin, projetou três casas contíguas neste terreno tão rico em história. Uma delas tornou-se a residência da arquiteta. “Eu gostei da ideia de viver aqui porque era uma chance de participar da recuperação da cidade”, conta.
  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)
As várias vigas de aço que sustentam o lar possibilitaram boa integração no interior, além de proporcionarem a existência de uma fachada de vidro. Cada andar segue uma configuração diferente, sem que haja uma única parede vertical no interior da casa - apenas nas laterais. O resultado são seis níveis que se sobrepõem e entrecortam de forma irregular, quase labiríntica. Mas a união dos ambientes não vale apenas para aqueles que se encontram no mesmo andar. O fato de alguns níveis serem mezaninos permite, dependendo do ângulo, que se enxergue cômodos de andares de cima e de baixo.
“Eu não queria parede alguma no caminho”, explica a proprietária. Fato compreensível: onde antes havia um muro de terror, melhor mesmo era não erguer mais divisórias.
Tal configuração atribui certas peculiaridades à casa. Os dois filhos, por exemplo, aproveitam a rede de segurança que interrompe o vácuo entre dois andares para se deitarem em momentos de descontração. Simultaneamente, o terraço no andar superior, além do meio-andar diretamente abaixo dele, oferecem uma vista única de Berlim, que a família gosta de desfrutar. Mas a vista da casa inclui também os lares abandonados que evocam o sofrimento de uma geração. Isso, porém, não intimida Helle. Para ela, trata-se de uma memória cativante. "É a história viva”, alegra-se.
  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)


  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)


  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

  (Foto: Andreas Meichsner/The New York Times)

Fonte: Casa Vogue
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