A infiltração pode aparecer em qualquer ambiente de um imóvel. Mas, em geral, surge com mais frequência em locais chamados de “áreas molhadas”, como banheiros, cozinhas e áreas de serviço. São cômodos que concentram a instalação hidráulica da casa.
Segundo a arquiteta Laurimar Coelho, a falta de impermeabilização adequada antes da colocação de revestimentos em lajes, paredes e pisos é a principal causa do problema. Mas, há também infiltrações causadas pela má instalação de portas ou janelas, por exemplo, o que permite a entrada de água da chuva. Ou ainda instalação incorreta de tubos e conexões em projetos de hidráulica.
Também é possível encontrar infiltração onde há caixilhos (janelas) ou portas mal vedadas e também em paredes que estão em contato com jardins ou floreiras.
A umidade pode surgir no teto (quando uma laje não recebeu impermeabilização); em qualquer parede, em decorrência de vazamentos de tubulações, portas e janelas mal vedadas e ainda por falta de acabamento adequado; ou no piso, por falta de impermeabilização ou assentamento incorreto de revestimentos e pedras, ou ainda por causa de baldrame ou fundação da residência sem impermeabilização.
A arquiteta Thais Lacialamella acrescenta que as infiltrações podem resultar em manchas permanentes devido ao rompimento de tubulações, gotejamento, manchas próximas ao forro ou ao piso, corrosão de armadura da laje, degradação dos materiais de revestimento, descolamento de rebocos, desgaste da pintura ou ainda manchas nos peitoris das janelas.
Como evitar? Há diversos tipos de impermeabilização e cada um é destinado a um uso do espaço. Há, por exemplo, a impermeabilização rígida e a flexível. A última é destinada a lajes, pois sofrem oscilação (dilatação e retração) com a mudança de temperatura.
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“A impermeabilização deve acompanhar a movimentação normal que ocorre em paredes e pisos. Do contrário, se solta e cria aberturas por onde a água passa”, explica Laurimar.
Há mantas próprias para uso em jardineiras ou floreiras. Muitas plantas têm raízes agressivas, que são capazes de perfurar qualquer tipo de estrutura, incluindo o concreto, gerando infiltração de água a cada chuva ou rega.
Vale salientar que infiltrações também podem ocorrer por descuido de instaladores de móveis ou eletrodomésticos. “O uso de furadeiras pode causar perfurações em canos e até mesmo o aperto além do necessário em uma conexão para a instalação de uma lavadora pode causar problemas”, adverte Laurimar.
Como resolver
É preciso analisar com cuidado a mancha de umidade. Ela nos dá indícios do problema. Uma parede com umidade rente ao chão, com altura até 1 metro, pode indicar que não houve impermeabilização adequada da fundação do imóvel ou que há infiltração decorrente do uso incorreto da cola para o revestimento ou ainda de algum problema vindo do vizinho. Manchas arredondadas próximas a canos ou registros podem indicar pequenos vazamentos nas conexões.
Uma vez detectada a causa é preciso fazer o reparo o mais rápido possível para não danificar móveis ou revestimentos, que tendem a se soltar com a umidade.
Vazamentos em canos exigem a quebra da parede no local afetado e substituição do ponto danificado. “Recentemente, alguns fabricantes de tubos e conexões oferecem produtos que são unidos entre si por um processo chamado de termofusão, a uma temperatura superior a 200 graus. Portanto, é preciso contar com pessoal treinado para esta tarefa, em especial nos casos de instalação de água quente, muito comum agora em edifícios residenciais”, explica Laurimar.
Nas paredes, é preciso descascar todo o revestimento e refazê-lo com aplicação prévia de produtos impermeabilizantes misturados à massa.
Thais reforça que os problemas referentes à ação da umidade estão presentes em todas as fases da vida de uma edificação, sendo que a boa qualidade do projeto, com a escolha de materiais, de sistemas construtivos e da impermeabilização adequados, além da devida atenção ao microclima da região, garantem a prevenção do problema.
“A execução dos serviços com equipes especializadas e a manutenção periódica mantêm a qualidade e a durabilidade da construção”, conclui.
Fonte: Revista Zap